segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Um pouco de Pierre Balmain


Cary Grant dizia que o filme em que mais gostou de atuar foi INDISCRETA (1958). Bom, só de olhar o figurino em cena fico convencida de que Grant se encantou mesmo foi com sua partner, Ingrid Bergman. Nem no eternamente clássico Casablanca, ela esteve tão deslumbrante: vestidos que emolduravam o corpo a cintura marcadíssima, os tecidos fluidos, umas roupas de festa capazes de fazer qualquer homem de bem largar a família para fugir com a mocinha.Tudo by Pierre Balmain.


O estilista francês, nascido em 1914, estimulou a imaginação de platéias dos anos 60 e 70: mulheres invejavam as estrelas vestidas por ele, como Sophia Loren, Sandra Dee, Joan Fontaine, Vivien Leigh, Katharine Hepburn, enquanto os rapazes só pensavam no que recheavam aqueles modelitos. São dele as poucas roupas para o corpo mágico de Brigitte Bardot em..."E Deus criou a mulher".

As curvas femininas cabiam no amor de Balmain como uma extensão natural da sua formação de esteta: ele estudou arquitetura e entendia que moda era a construção de formas. É a arquitetura do movimento. Sabia muito sobre corte e caimento, e qualquer mulher de extremado bom gosto sabe o quanto estas duas palavras fazem a diferença. Pierre criou um estilo para moças elegantes, irrepreensíveis, mas com um toque de independência.


Tudo tão simples com a pitada exata de extravagância para virar a cabeça dos que passassem ao lado, levando em conta que não é isto o que conta, mas um novo estilo de ser francesa, um novo estilo de ser mulher, um novo estilo de ser alegremente elegante.


Ele deu cara nova à rainha Sirikit, da Tailândia, que o escolheu como seu estilista pessoal. E da realeza às estrelas, o francês compartilharia a alegria que é ser elegante com o guarda roupa de mulheres comuns até chegar à acessibilidade através de estilos, pessoas comuns conhecendo e interagindo com o bom gosto. Foi ele quem criou o uso da estola, que hoje a gente combina inclusive com o jeans. Embora chique em cada traço, ele foi um dos pioneiros a lançar prêt-à-porter, nos anos 50, nos EUA e também fez sucesso comercializando sua linha de perfumes.

Hoje as coleções caras e chiques são assinadas por Christophe Decarnin, que na última coleção homenageou Michael Jackson e uma segunda linha mais acessível deve sair em breve. Acontece que o nome Balmain é sempre adjetivo para sonho, era com um Balmain que Penelope Cruz estava na noite que foi premiada com seu Oscar, e nesta mesma noite foi entitulada a mais elegante da noite em um tomara que caia branco bordado, rodado, com um quê de vestido de noiva.

Não quero eu, falando de Balmain estimular futilidades, mas sim o estremato ao bom gosto e entendimento do que é bom, bonito e admirável, pois alimentar o sonho do ter deve obrigatoriamente estar secundo ao sonho do sempre querer saber, conhecer, e um pouco de tudo entender. Não ser leigo é decididamente ser elegante.



RV

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