sábado, 30 de junho de 2012

Musashi


Fui apresentada a história deste Samurai, fascinada pelas menções cheguei no livro e na incrível forma do aperfeiçoamento humano, ou melhor do AUTO aperfeiçoamento humano, da grande maturidade conquistada aos 50 anos e a busca de outras artes, porque tudo na vida é complemento, aperfeiçoamento e escolha. A vida não para, NUNCA.


Musashi vive em uma jornada de aperfeiçoamento. Ele não teve um mestre no começo da vida, então perambulou de lugar a lugar, treinando sozinho, muitas vezes se retirando para as montanhas e passando vários meses vivendo e treinando lá.
Em dado momento, ele volta ao convívio social e duela com alguns samurais famosos da época. Ele vence facilmente, mas se pergunta (mais ou menos assim):

“Ou eu sou muito bom (o que não acredito que seja), ou essas pessoas… não merecem a fama que tem. Que tipo de sociedade pode respeitar e valorizar uma farsa dessas?

Ele passa a vida toda em busca de aprendizado, sempre com a consciência da vastidão do mundo e o quanto ainda tinha que aprender, sem se deixar levar pelo orgulho ou soberba (o que seria fácil, dado sua invencibilidade).
Além de lutar com espadas, ele valorizava todo tipo de arte. Sabia apreciar o empenho com que os artesãos criavam peças, ou como pintores desenvolviam suas habilidades ou músicos lidavam com melodias. Ele mesmo dedicou-se também à caligrafia, às esculturas, à pintura dentre outras artes.
Vejo muito em comum entre Musashi e Bruce Lee, dois grandes ícones em seus respectivos momentos. Ambos falam muito filosoficamente sobre a mente, sobre como se livrar de pensamentos impuros e se moldar ao ambiente. Na entrevista perdida de Bruce Lee, ele diz:
           “Seja água, meu amigo”
http://www.youtube.com/watch?v=_5RgqziLTCU&feature=related

No final do segundo livro, diante de sua mais famosa batalha, contra Sasaki Kojiro, há a seguinte passagem de Musashi:
“Lançou um olhar casual sobre a borda do bote e contemplou a água azul turbilhonante. O mar era profundo, inescrutável. A água tinha vida, vida eterna, mas não forma. E enquanto o homem continuasse  preso à forma, não alcançaria a vida eterna. Só depois de perder a forma é que a teria, ou não. Vistas sob esse prisma, morte e vida eram tão insignificantes quanto bolhas na superfície da água."
 Um livro que, apesar do tamanho (1 800 páginas), é uma excelente leitura, muito leve e agradável. Através dele, você irá conhecer muito dos costumes do Japão do século XV (ainda fechado à entrada ocidental) e sobre o estilo de vida dos samurais. Além disso, terá contato com um pouco da vida de um dos mais famosos guerreiros japoneses, misturada a personagens fictícios para criar o romance. Muitas epifanias poderosas lhe encantarão.

Eu estou fascinada por essa auto descoberta, lidando com o aprimoramento intelectual e espiritual, estou fascinada pelo o alcance da maturidade humana e pela falta da forma, sejamos como a água, sem formas, flexivel e não contida, mas verdadeiros ocupantes do espaço que nos é dado, fluindo ou arrebentando correntezas,  sejamos domínio proprio, "SEJA AGUA, MEU AMIGO"

A minha energia será sempre a minha grande arma,

RV

http://www.youtube.com/watch?v=_5RgqziLTCU&feature=related

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