terça-feira, 21 de abril de 2009

As cordas do violino de Paganini..

"ERA UMA VEZ um grande violinista chamado PAGANINI.
Alguns diziam que ele era muito estranho.
Outros, que era sobrenatural.
As notas mágicas que saiam de seu violino tinham um som diferente,
por isso ninguém queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo.
Numa certa noite,
o palco de um auditório repleto de admiradores
estava preparado para recebê-lo.
A orquestra entrou e foi aplaudida.
O maestro foi ovacionado.
Mas quando a figura de Paganini surgiu,
triunfante,o público delirou.
Paganini coloca seu violino no ombro
e o que se assiste a seguir é indescritível.
Breves e semibreves,
fusas e semifusas,
colcheias e semicolcheias
parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.
DE REPENTE, um som estranho interrompe o devaneio da platéia.
Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta.
O maestro parou.A orquestra parou.O público parou.
Mas Paganini não parou.
Olhando para sua partitura,
ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas.
O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar.
Mal o público se acalmou quando,
DE REPENTE,um outro som pertubador derruba a atenção dos assistentes.
Uma outra corda do violino de Paganini se rompe.
O maestro parou de novo.
A orquestra parou de novo
Paganini não parou.
Como se nada tivesse acontecido,
ele esqueceu as dificuldadese avançou tirando sons do impossível.
O maestro e a orquestra, impressionados voltam a tocar.
Mas o público não poderia imaginaro que iria acontecer a seguir
Todas as pessoas, pasmas, gritaram
OOHHH!Que ecoou pela abobadilha daquele auditório.
Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra.
O maestro pára.A orquestra pára.A respiração do público pára.
Mas Paganini não pára.
Como se fosse um contorcionista musical,
ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído.
Nenhuma nota foi esquecida.O maestro empolgado se anima.
A orquestra se motiva.
O público parte do silêncio para a euforia,da inércia para o delírio.
Paganini atinge a glória.
Seu nome corre através do tempo.
Ele não é apenas um violinista genial.
É o símbolo do profissional
que continua diante do impossível."



Texto escolhido e citado por Maria de Fátima Bezerra Cavalcanti, em seu discurso de posse como Vice-presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, em 17 de abril de 2009. Dia em que dedicou sua posse à todas as mulheres paraibanas, ressaltando seus valores e mais ainda, a função da verdadeira mulher: SER MEDIADORA, capaz de tirar, tal como Paganini, até na dificuldade, as mais belas notas músicais de um violino, mesmo quando porventura uma, duas ou mais cordas deste violino se rompam. Ensinando assim, que uma mulher não basta apenas ser inteligente, acima de tudo temos de ser coerentes o suficiente ao como se expôr e bem expor no/o espetáculo da vida.

RV

Um comentário:

Israel disse...

Este foi um belo post.

Aproveito o mesmo assunto para compartilhar meu trabalho com o blog:

http://violinovermelho.wordpress.com/

Obrigado