
Tomemos como exemplo à situar a mulher na política, a eleição municipal de 2004 e um breve histórico pelo Brasil adentro... na região oeste do Para, foi uma grata surpresa e um desvio do que tem sido a regra geral, pois algumas mulheres foram eleitas prefeitas. Maria do Carmo em Santarém, Odileida Sampaio em Altamira, Leni Trevisan em Medicilândia e Maria Gorete em Aveiro saíram vitoriosas das urnas e tentaram a reeleição.Digo que ainda somos tímidas na política, baseio-me nos números que não são nada animadores e até por mim que tinha repúdio por tal assunto. Vejamos o caso de Itaituba, onde alguns partidos grandes tiveram dificuldades para preencher os 20% de vagas destinados para as mulheres na eleição proporcional, por força da legislação eleitoral. Isso não vale para a eleição majoritária. Alguns nomes foram colocados somente para cumprir a cota, que pode até ter sido uma boa idéia do legislador que a criou, mas, que não resolveu.Tem coisa que não se resolve apenas com a criação de novas leis. Tem que mudar a cabeça das mulheres, uma vez que muitas continuam achando que política é coisa somente para homens. Entra nessa questão todo o ranço do machismo que dominou o Brasil até a década de 1960. A mulher só ganhou o direito de votar, no ano de 1932 sob a égide do Estado Novo. Antes disso, em 1928, o Rio Grande do Norte foi o primeiro estado a autorizar a mulher a votar e a ser votada. Também foi potiguar a primeira prefeita do Brasil, Alzira Teixeira Soriano, eleita no município de Lages, em 1928, pelo Partido Republicano Federal. Porém, bem antes, em 1891 o Brasil perdeu a oportunidade de ser o primeiro país do mundo a conceder o direito de voto à mulher, quando a maioria do Congresso Constituinte votou contra. Assim, em 1893 a Nova Zelândia teve essa primazia. Ruy Barbosa e o Barão do Rio Branco votaram a favor de que a mulher passasse a ter direito de votar, mas, foram votos vencidos.
Na época da ditadura, quem assistiu ou leu "O que é isso, companheiro?", filme de Cacá Diegues baseado no livro de Fernando Gabeira, pode perceber que as mulheres tinham um papel importante na luta pela redemocratização: uma parte significativa dos militantes era composta por mulheres. A própria ministra Dilma Rousseff lutou contra a ditadura. Este fato gerou uma polêmica recente na CPI dos cartões corporativos, quando ela discursou sobre mentira em interrogatórios, comparando um regime democrático a um ditatoria. Até em lugares não tão expostos como a UFBa por exemplo, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, há uma professora que lutou contra o regime ditatorial, sofreu tortura e é, até hoje, considerada por alguns setores sociais como terrorista e assassina, e, por outros, como brava lutadora pela democracia: a professora Nancy Mangabeira Unger.Nomes estes como muitos outros que carregam o porte de lutador, no masculino mesmo, pois não quero neste texto passar-me uma feminista lutadora de espaço feminino, e sim expôr que a política em geral precisa ser digna de pessoas que lutam pelo que acreditam, de forma honesta, sensata, de cara lavada, e mais ainda como mãe, no femenino mesmo, um mandato deve ser gerado em ventre, e por consequencia seu fruto ser do amor, sofrimento, credibilidade, idéias e honestidade de seu gerador.
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